sexta-feira, 28 de outubro de 2011

MARTIN HEIDEGGER: O confronto Sistemático-Crítico com a história da filosofia.( The systematic and critical confrontation with history of philosophy)

filosofo martin heidegger

Título: MARTIN HEIDEGGER: O confronto Sistemático-Crítico com a história da filosofia.

Autor: FABIO GOULART

PORTO ALEGRE, 2010.
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ABSTRACT
Proposing a method capable of overcoming the dualism common in the history of philosophy between subject and object, Heidegger stands in a position critical-systematic comparison with the history of philosophy. His central idea is that the veiling and unveiling of being would not be just at the thought of each thinker, but in the entire history of philosophy. So he ends up sinking into a tremendous "problem of language." A true "walking a tightrope" between the analytical and the philosophy that makes dialysis complicated and incomplete.
             Keywords: Dasein, Question of Being, History of philosophy.

RESUMO
Propondo um método capaz de superar a o dualismo comum na história da filosofia entre sujeito e objeto , Heidegger se coloca em uma posição de confronto sistemático-crítico com a história da filosofia. Sua ideia central é a de que o velamento e desvelamento do ser não estaria apenas no pensamento de cada pensador, mas sim em toda história da filosofia. Para isso ele acaba se afundando em um tremendo “problema de linguagem”. Um verdadeiro “andar na corda bamba” entre o analítico e o dialítico que torna sua filosofia complicada e incompleta.
Palavras Chaves: Dasein, Questão do Ser, História da filosofia.

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                Quando escolhi o curso de filosofia e consequentemente a carreira de filósofo como objetivo de vida, não fiz isso com a intenção de me tornar um grade filósofo ou de calar as perguntas mais existenciais da minha mente. Fiz esta escolha devido a minha crença particular de que somente através da filosofia é possível existir valor e significância para as coisas e para a vida.
                Dentre todas as dúvidas habitantes em minha cabeça apenas uma era existencialmente importante a ponto de “ter que ser necessariamente respondida” pela filosofia: “Por que existe algo ao invés de nada?
                Ao tentar expressar e compreender o Dasein Heidegger é, sem dúvida, o filósofo que mais se aproxima de minha crise existencial. Propondo um método capaz de superar a o dualismo comum na história da filosofia entre sujeito e objeto , ele se coloca em uma posição de confronto sistemático-crítico com a história da filosofia. Em palavras mais simples: A história da filosofia precisava ser repensada através do método heideggeriano para que seu método tivesse sentido e desvelasse suas questões.
                A ideia central do método heideggeriano é a de velamento e desvelamento oriunda do termo grego aléteia, que significa exatamente velamento e desvelamento. Ela parece ser extremamente simples, mas é o “carro chefe” do movimento de totalização buscado por Heidegger.
                Este método permite captar em um único movimento o processo do pensamento, derrubando o dualismo “método-objeto”. Isso o levaria a uma visão mais transparente da história da filosofia e suas questões.
                Por outro lado, A tradição filosófica nos traz dois modelos explicar a história da filosofia:
                1° O Lógico-analítico que é sistemático, crítico e está ligado à problemas da linguagem;
                2° O Especulativo-dialético baseado no sistema tese, antítese e síntese.
                O método analítico além de não estrar preocupado com “a questão mesma” mas sim com o sistema de predicadores que determina a lógica a lógica do texto, não atinge a totalidade desejada por Heidegger. Diríamos que não apenas o método permanece exterior a coisa, mas é exatamente por causa do método  que a própria relação da linguagem com a coisa é exterior.
                Diferentemente disso, o modelo especulativo-dialético é totalizador. Vê a história da filosofia como um todo onde cada filósofo se move e está ligado à “questão mesma” de cada texto. Diríamos que para Heidegger dialogar significa “penetrar na força e no âmbito do que foi dito pelos primeiros filósofos”. Para ele a procura não está no que foi dito, mas em algo impensado. Por fim, caso se adote uma linguagem muito especulativa, o modelo dialético de método pode se tornar complexo e obscuro.
                Com isso Heidegger descobre uma radicalização progressiva do esquecimento do ser na história da filosofia. Faz-se necessário buscarmos um caminho que revele o jogo de luz e sombras da questão do ser.
                Para isso o filósofo não procura a história da filosofia para ampliar um sistema filosófico particular. Ele á procura de maneira sistemática, crescendo organicamente dentro da tensão que sua visão totalizadora gera na história do pensamento.
                A grande novidade de Heidegger foi mostrar que a estrutura polar “velamento-desvelamento” não está apenas no pensamento de cada pensador, mas sim em toda história da metafísica ocidental.
                O problema que surge é que ele também faz parte destas história, não podendo expor seu pensamento como se não fizesse. Assim sua obra mergulha em uma constante tensão entre o que está sendo dito e a maneira de como é dito.
                Por isso ele busca uma linguagem especulativa e que “ao ser especulativa” não deixe de ser suficientemente crítica e autocrítica. Busca o controle da linguagem sem cair numa relação puramente exterior as questões fundamentais do texto.
                Mas como fundir a linguagem com a questão fundamental do texto sem perder o controle da linguagem?
                Parece que ele não conseguiu responder e deixou esta questão em aberto.
                Em sua obras Heidegger constrói uma linguagem própria, uma verdadeira “teia de conceitos”, pois cada uma de suas palavras só tem o sentido desejado quando amarrada as demais.  Ele abusa dos recursos que a etimologia oferece para gerar tenção nas palavras; e para isso empurrá-las cada vez mais na direção da estrutura ambígua de velamento e desvelamento desejada.   
                Julgo que ao buscar um sistema totalizador especulativo e crítico onde a questão do ser se vela e desvela na história da filosofia, ele acaba se afundando em um tremendo “problema de linguagem”... Um verdadeiro “andar na corda bamba” entre o analítico e o dialético, onde a linguagem é um fardo pesado tentando derrubar o filósofo a qualquer momento. Por fim, o resultado é uma filosofia desnecessariamente complicada de ser entendida e incompleta no sentido de que não respondeu muitas de suas questões fundamentais acerca do ser.
andando na corda bamba lua

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Obs.: Trabalho feito a partir das aulas do professor Dr. Ernildo Stein. Um dos maiores nomes quando o assunto é Martin Heidegger.  
Comentários
5 Comentários

5 comentários:

  1. Fábio: o problema é que a fenomenologia é o caminho do meio entre o materialismo e o idealismo.

    Já o seu problema é o da consciência: por que temos consciência disso tudo ao invés de não termos consciência de nada? Por acaso. A evolução foi aleatória.

    Abs do Lúcio Jr.

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  2. Olá Lúcio Jr., ai divergimos num ponto. Pra mim a fenomenologia não é o caminho do meio entre o materialismo e o idealismo, mas sim a contra mão da filosofia clássica especulativa. É uma proposta que parte do conhecido para o desconhecido, como um rio que flui ao contrário, nascendo numa grande cidade e indo para cidades pequenas e despovoadas. Nesta dimensão meu problema não tem relação com ter consciência disso tudo ao invés de não termos consciência de nada... mas é um problema ontológico. Poderia traduzir para "por que existe o ser e não o nada", talvez assim fique meias adequado a linguagem de Heidegger. Dentro desta alegoria do rio inverso é que escrevi esse texto sobre O confronto Sistemático-Crítico com a história da filosofia, pois para mim a fenomenologia de Heidegger está na contramão e não no caminho do meio. Obrigado pela crítica. Filosofia Hoje e Sempre!

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  3. Oi, Fábio. Só hj, depois do vídeo, eu encontrei essa resposta!


    Tudo bem, mas seria o caminho do meio no seguinte sentido: acredita no estudo do fenômeno; por outro lado, Kant não se concentrou no estudo do fenômeno, na fenomenologia. Mas deixou entendido que deveríamos estudar o fenômeno e não a coisa em si (ela seria impossível de conhecer). Já a posição materialista de Lênin em materialismo e empirocriticismo e´que coisa em si é igual a fenômeno. A ciência conhece a coisa em si. É nesse sentido que Heidegger, ao focar na fenomenologia, fica no meio.

    Contramão está sim, no sentido de contramão da razão ocidental, junto de Nietzsche. Tudo o que os outros querem desvelar com a razão desde Sócrates ele diz que ficava melhor velado.
    E há pelo menos três heideggers: o católico, o ontologista fenomenológico ateu que encontrou que o ser é ser para a morte, e finalmente o que descobriu que a linguagem é a morada do ser, o que estuda poesia.
    Adoro seu trabalho, avante!

    Abs do Lúcio Jr.

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    1. Valeu pela elucidação! Acrescentou muito ao texto e ao vídeo que agora virou. Acompanho também seu trabalho. Obrigado e parabéns!

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