Somente se olharmos para os primórdios da sociedade e fazermos uma releitura de tudo buscando soluções, atalhos, desvios, fugindo de armadilhas e evitando seguir linearmente é que talvez seja possível compreendermos os problemas atuais da educação. (Cambi, p.37, 1999.)
Assim sendo, devemos olhar primeiramente para antiguidade. Nossa educação está ancorada nos egípcios, nos gregos e nos romanos. Nesta longínqua época a educação era fundada nos princípios de identidade familiar, no Estado, nos mitos, nos ritos de passagem, nas religiões (que depois foram chamadas de religiões pagãs) e etc. assim começou a se tecer a rica teia da educação ocidental.
Desta primeira teia nasce a reflexão autorreguladora universal e rigorosa em torno dos processos educativos, isto é: nasce a pedagogia (Cambi, p.38, 1999.). Nascia também a função primordial do professor e da escola: formar seres humanos, cidadãos, seres agentes e transformadores, seres que não somente conheçam sua cultura, mas que possam transformá-la; ou seja, formar indivíduos, seres membros do coletivo e autônomos em suas individualidades. Este processo educacional os gregos chamavam de Paidéia.
Na idade média, política e religião se amarraram. Com isso a Paidéia ganhou um sentido religioso, transcendente, teológico, ancorado nos saberes da fé cristã. O ideal visado pelos professores deixou de ser o cidadão do estado e se tornou a pessoa de Jesus Cristo e sua mensagem de amor ao próximo, esperança e caridade. Nesta época a igreja ficou responsável pela escola e o ensino passou a ser realizado principalmente dentro de igrejas e mosteiros. Este também foi um período onde se procurou um conteúdo de cunho simbólico uma estruturação da educação em seus aspectos metodológicos, a ampliação do alcance da educação para crianças e os jovens, surgiram também as universidades como centros de acumulo e manutenção dos saberes, estudos e ensino superiores.
Na modernidade se inicia uma diversificação de modelos educacionais, algo bem diferente da idade média onde havia basicamente um só modelo (o modelo cristão). A idade moderna é um fenômeno complexo (Cambi, p.38, 1999.), é a ruptura de quase todos modelos medievais. Neste período a escola e os professores tiveram que passar e se adaptar a diversos movimentos como o Renascimento, o Iluminismo, o Industrialismo e o Positivismo. Dentre as principais mudanças que impactaram o processo educacional nesta época podemos citar a passagem da responsabilidade sobre a escola da religião para o Estado, a volta da formação do individuo político como centro da formação e a queda do absolutismo monarca e ascensão da democracia burguesa. A escola e o professor começaram a também ter que ensinar para as novas realidades de trabalho e demandas sociais.
Com o peso de tudo isso acima citado, hoje a teia da pedagogia se mostra envolvida num complexo processo de fermentação sofrendo crises radicais. A pedagogia é um saber em transformação, não só em crise, mas também em crescimento, atravessando por várias tensões, por desafios novos e novas tarefas, por radicalizações, autocrítica e desmascaramento de várias de suas amarrações ou fios da teia. Ela é um saber que se reexamina, que revê sua própria identidade, que se reprograma e se reconstrói (Cambi, p.641, 1999.), idem ao que as aranhas fazem com suas teias.
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