sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O que é Filosofia: O Monge e o caminho das Nuvens

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                Havia um jovem monge, que apesar de sua pouca idade, apresentava um grande conhecimento de toda biologia e química que se conhecia naquela região. Ele pretendia criar remédios para salvar seu povo das doenças mais terríveis! Mas seu rei ordenou que fossem feitos os piores venenos para os inimigos.

                Seu coração imaturo precisava decidir entre a lealdade do rei ou a amplitude de sua alma. Para isso ele decidiu consultar seu mestre, que lhe deu a missão de percorrer o caminho das nuvens. Para cumprir seus objetivos o jovem monge teria que levar apenas uma espada, seu ímpeto, muita paz e discernimento.

                Sobre as montanhas ele podia observar a cidade e nela seus velhos bêbados e as crianças inocentes a brincar sem nenhum pudor pelas ruas. Observou também um campo de batalhas, onde o sofrimento e a fúria lutavam em busca de honras e glórias. Por fim, viu que em sua retaguarda também havia uma vasta floresta, onde era possível observar a natureza desabrochar sem qualquer tipo de medo ou de pressa.

                Ali o jovem monge ficou por três dias e três noites. Cada dia e cada noite observava um horizonte com seus olhos e outro através do reflexo na lâmina da espada. Assim a cidade & a floresta; a floresta & a guerra; a guerra & a cidade...  Eram o único alimento de sua alma, cada um chocando-lhe e comovendo-lhe de formas distintas.

                   No retorno do caminho das nuvens o monge encontra seu mestre que pergunta se ele já havia feito sua escolha. O jovem monge disse que tudo aquilo mexeu muito com sua alma, mas que ainda não se sentia seguro para decidir. Com um sorriso sábio nos lábios o velho mestre colocou a mão nas costas do jovem e lhe disse: Por mais que você escolha um caminho a lâmina de sua espada sempre irá refletir um outro lado.

                Neste momento o jovem monge percebeu que a espada e sua lâmina nada mais eram do que seu conhecimento bioquímico na sua vida e que estava em suas mãos escolher qual caminho seguir.  Fugir e salvar milhares de vidas ou ficar e dizimar famílias inteiras.

                A filosofia  não serve para explicar qual caminho é bom ou é mau, mas serve para ajudar a avaliar e criticar as escolhas que tomamos na vida.

                E assim o monge seguiu seu caminho, mas sempre olhava na lâmina de sua espada para jamais cair no erro de acreditar que não existem outras possibilidades.
monge ceu nuvem montanha



By Fabio Goulart, Porto Alegre 2011.

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