quinta-feira, 31 de maio de 2012

O GRANDE ENGODO DO CONCURSO DO MAGISTÉRIO 2012

     Tal como já se afigurava pelas manifestações dos representantes da educação estadual e da Fundação que realizou o concurso, o número de reprovados foi alarmante (quase 92%). Isto que foram aprovados 5224 concursandos (sem dizerem com que notas!) e não se comparou com os 78000 inscritos (a comparação foi apenas com os que realizaram a prova; certamente para não ficar mais feio ainda o resultado). Disso, ao contrário de muitos comentários tendenciosos e/ou sem o mínimo de conhecimento de causa ressaltam vários aspectos.
     De plano que tinha o nítido caráter arrecadatório para a FDRH. Basta que se veja o valor cobrado de inscrição, se comparado com concursos do próprio Estado para carreiras muito melhor remuneradas como são os casos da Jurídicas. Concursos de Procuradores, Promotores e Juizes, bem como das carreiras auxiliares de tais atividades vem cobrandos taxas de inscrições muito menores do que foi cobradas dos professores; UM ASSINTE. (Foi cobrado R$121,00)
     Depois o nível e temas das questões. Dificilimas e de duvidoso proveito para a atividade docente. Aliás, cabe um desafio: Se o Secretário diz que a prova foi de “nível médio” qual seria seu desempenho se prestasse aquela prova absurda que foi aplicada? E ainda cabe ao Doutor (em Educação) José Clóvis tentar resolver aquelas questões para vermos como seria seu desempenho. Qual seria seu desempenho? Me atrevo a dizer que ficaria no grupo dos mais de 90% enganados pelo Estado...
Outro aspecto que não vejo ninguém abordar é sobre a adequação do instrumento de avaliação. Nos meus diversos estudos de Pedagogia e Didática, repetidamente meus mestres disseram que quando uma avaliação traz como resultado um mau desempenho dos avaliandos, cabe não só analisar os avaliandos, MAS TAMBÉM E SOBRETUDO O INSTRUMENTO UTILIZADO PARA AVALIAR. Não vi uma linha sobre tal enfoque. Foi, é e será sempre mais fácil atribuir aos avaliandos o problema; o instrumento de avaliação parece ser SACROSANTO.
     Parece também que não se perquire os reais objetivos do concurso. Me atrevo a acusar que a intenção era obter o resultado que foi obtido. Assim fica fácil justificar a manutenção dos CONTRATADOS, pois “NÃO HÁ BANCO DE CONCURSADOS PARA NOMEAR”. Com isto se economiza bastante e a real preocupação com a EDUCAÇÃO que se lixe. Vale mais é jogar para a torcida, mantendo tudo como está, embora se use o episódio como uma FALSA E FARSANTE TENTATIVA DE “MUDAR”. Vamos continuar o engodo que tem sido nossa Educação Pública. Pobre da nossa Gente, pobre do nosso futuro!
     Cabe ainda perquirir este concurso que reprovou docentes QUE TINHAM SIDO APROVADOS EM UM OU DOIS OUTROS CONCURSOS ANTERIORES. AGORA EMBURRECERAM? Não; é o tipo de avaliação, maldosa, descabida e com nítido caráter de tentar enganar a sociedade e continuar pisando nos docentes, como, infelizmente tem acontecido nos últimos tempos. E como explicar que professores que estão a 5, 10, 15, 20 anos lecionando (contratados ou nomeados que buscaram ampliar carga) agora SÃO INAPTOS para o magistério estadual? Piada!
     Flagra-se uma atitude COVARDE, pois é mais fáciel jogar a pecha de burros e inaptos aos que acreditaram estar participando de uma avaliação séria. Na verdade se está diante de uma grande armação, onde o resultado buscado pelas “autoridades” fosse a reprovação em massa. CHEGA DE HIPOCRISIA E FAZ DE CONTA! Tal prática e comportamento resultará numa Educação Pública MAIS DEFICIENTE E PIOR, que só se soma a DESVALORIZAÇÃO e às outras práticas desqualificantes da Educação (Ex.: Politecnia) que está sendo proporcionada às nossas crianças e jovens. QUE TRISTE E DESESPERANÇOSO É O NOSSO FUTURO! QUANDO ISTO MUDARÁ E TEREMOS LÍDERES REALMENTE COMPROMETIDOS COM UMA VIDA MELHOR, UM FUTURO PROMISSOR ONDE SE POSSA BUSCAR REALIZAÇÃO PESSOAL?
IMPÕE-SE QUESTIONAR! URGE MUDAR!
Prof. PEDRO ROBERTO SCHUCH


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Pedro Roberto Schuch - Advogado
R. Joaquim Pedro Soares 1066 - N. Hamburgo - Fones (51) 96938269 - 35937671
"Quem não valoriza e não respeita o PROFESSOR, não valoriza a educação e compromete o futuro da Nação

Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Parabéns Prof Pedro,
    Finalmente leio, escuto uma pessoa realista, inteligente e com coragem de falar a verdade.
    Sete milhões arrecadados pela FDRH ( alguma semelhança com caça níquel ?)
    92% dos candidatos incompetentes! Porém, já são professores do Estado.
    O que o Governo do Estado fará? Vai demitir todos estes contratados que não passaram?
    Ou será que irá avaliar o seu processo de seleção de professores contratados?
    Qual a semelhança desta prova com as 2 anteriores da FDRH?
    Fiz a anterior de 2005, tirei o 6º lugar no Estado, caducou e não fui chamada. E agora, porque não entrei entre os 60 primeiros? Emburrei em 7 anos, apesar do aprimoramento, da experiência e do amadurecimento?
    Ao abrir a prova tive a nítida sensação de que não se tratava de banca da FDRH, pensei...”qual motivo a FDRH compraria uma prova de outra instituição?”
    Quando a FDRH e a SEDUC irão se manifestar, ou se justificar sobre as mudanças no edital?
    Teve disciplina como Geografia e História que mudaram toda a bibliografia específica depois do edital publicado. E os candidatos que adquiriram o Diário Oficial para se orientar e não sabiam que estavam lendo as obras erradas? É muito desrespeito junto.
    O Governo do Estado atingiu seu objetivo: A classe não merece receber o piso salarial básico.
    Onde estará o CPERS?

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  2. Eu também achei a prova muito suspeita. Uma das questões de filosofia perguntava “qual o conceito de filosofia em Marilena Chauí”... Tenho certeza que Alvin Goldman e Axel Honneth (dois dos maiores filósofos vivos ) não saberiam responder tal questão, dada a irrelevância histórica de Chauí frente a filosofia que deve ser ensinada. Que fique bem claro: Não estou criticando Marilena Chauí e sua filosofia. Estou criticando a importância da pergunta na prova do concurso para professor.

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