Autor: Dr. Agemir
Bavaresco
O que influencia
ou forma a opinião pública? O que faz com que as pessoas pensem determinados
temas e deixem de lado outros? Conforme a Agenda
Setting, teoria elaborada por Maxwell
McCombs, a pauta das conversas e debates é provocada pelos jornais,
televisão e rádio (meios tradicionais). Esses meios têm a força de mudar a
realidade social, ou seja, informam os fatos a serem pensados ou debatidos pelo
público. Eles estabelecem a pauta dos assuntos e o seu conteúdo em nível local,
nacional e internacional.
Porém, em face da
agenda da mídia tradicional surge a agenda das redes sociais: A internet e as
redes sociais permitem que os cidadãos expressem opiniões e interesses, sem o
filtro dos meios de comunicação tradicionais. Através das redes sociais muitas
pautas foram estabelecidas, protestos e insurreições foram organizados. A
esfera pública encontrou nas novas tecnologias uma forma de expressão direta de
sua opinião, a tal ponto que alguns especialistas constatam um novo fenômeno: a
formação de uma nova opinião pública.
De um lado, temos a
opinião pública tradicional, agendada pelos meios de comunicação tradicionais e
controlada por interesses privados e pelas regulações e poderes estatais. De
outro, a nova opinião pública diferenciada pela participação inclusiva, pela autonomia,
velocidade e transparência, que tem como agentes os cidadãos protagonistas e
descentralizados, com mobilidade instantânea e articulados em redes
sociais.
A esfera pública foi
transformada pela internet que alterou o ecossistema comunicacional, criando
uma nova opinião pública. O sociólogo Manuel
Castells chama este fenômeno de AUTOCOMUNICAÇÃO
DE MASSAS. Às ações coletivas em rede, como a construção colaborativa da Wikipédia, juntam-se milhares de
pequenas comunidades que desenvolvem expressões de inteligência coletiva,
articulando uma esfera pública autônoma e em rede.
Por isso, o controle da opinião pública,
pautado pela agenda tradicional está sendo mudado pela agenda das redes sociais.
As grandes corporações e agências internacionais de comunicação que detêm o
poder de disseminar sua versão dos fatos e de estabelecer a agenda pública
confronta-se com a agenda das redes sociais que expressam opiniões opostas,
instaurando uma opinião pública contraditória com força de expressão plural e
ação democrática.
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