Não sou idiota a ponto de ficar chorando a morte de ladrão ou de criticar um policial que entre matar ou morrer fez o que era “necessário”. Mas não comemoro morte de bandido, na verdade fico preocupado com a situação da segurança pública atual e o que sinto é a total falta de segurança, educação, etc... “Bandido bom é bandido morto?” quem disse isso não consegue ver um palmo a frente do próprio nariz. O bom seria se nossa sociedade conseguisse criar condições para que não existissem bandidos. É triste olhar para um país e ver um povo glorificando a violência e comemorando quando um criminoso morre, claro que isso é compreensível, afinal se trata de um povo que se auto julga “sem escolhas” devido a insegurança pública e a péssima educação escolar, por isso prefere ver a mãe do ladrão chorar que ver chorando a mãe de um cidadão de bem, eu também penso assim, seria burrice pensar diferente, porém devemos refletir um pouco a situação. Certas vezes me questiono, se não é esta força negativa e esta tratativa de alegrar-se com a “vitória, ou derrota” de uns e outros que acabam alimentando de certa forma, tanto a criminalidade? Toda semana morre um ou outro cidadão de bem num assalto como este, também faz menos de um mês que um inocente foi morto por um PM em situação idêntica quando saia da garupa da moto de um amigo para pegar a sua moto num semáforo... mas o povo esquece... glorifica a violência e nem percebe que este comportamento só reforça a violência. Muitos comentaram neste caso que "o patrimônio vale mais que uma vida", certamente o ladrão pensava assim. Na verdade todo criminoso pensa assim, por isso sai pra matar e morrer. Ou seja, o pensamento “bandido bom é bandido morto” tem a mesma origem do pensamento criminoso que é capaz de assassinar um pai de família para roubar-lhe sua moto. O verdadeiro horror é vivermos num sistema onde o desfecho da situação entre “O bandido, o policial e a vítima” hora ou outra tem finais distintos, as vezes morre um, outras vezes morre outro, porém temos já como certo que isso irá acontecer. Neste cenário o fato do policial matar o bandido é mera contingência. Como já ouvi certa vez em um documentário, depois de matar um garoto, o policial pensou: "- Eu perco, ele perde, a sociedade perde e eu me pergunto todo dia, quem é que ganha???" Uma coisa me parece clara: Está nos faltando senso de humanidade, sem isso não podemos lutar contra a desigualdade, muito menos contra a violência. (Colunista Fábio Fleck & Filosofo Fabio Goulart – Da página Filosofia Hoje )
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