A ‘promessa de felicidade’ é sempre vendida em quase todos produtos da indústria cultural, claro que essa promessa é tão falsa quanto o sorriso de um carrasco ou da promessa de liberdade dada a todos recém chegados nos campos de extermino na Segunda Guerra Mundial . Também poderíamos definir a arte autônoma como promessa de felicidade, porém existe uma gigante e gritante diferença entres as promessa da arte verdadeira e da cultura pop. É normal vermos em novelas, filmes e músicas a exibição despudorada do mito do "amor sem classes”. Um dos maiores clichês é ver o galã rico que apaixona-se pela mocinha pobre e vice-versa. Também é notória a quantidade de histórias reproduzidas onde a família rica e socialmente bem sucedida esconde uma série terríveis escândalos que impossibilita a felicidade de seus membros, em contra a partida o núcleo pobre da trama traz personagens batalhadores que em meio a todas adversidades da vida conseguem gozar de uma felicidade invejável. Tudo isso se dá para reforçar e naturalizar a mito de que é na servidão que reina a verdadeira felicidade, mito este que conta a fantasiosa mentira de que não é necessário profanar a ordem vigente se buscamos a transformação da realidade, com isso vende-se a ideia de que lutar por algo assim seria pôr em risco a felicidade individual. Evidentemente a indústria cultural faz isso com pretensão de ocular o fato de que na verdade tal luta seria ameaçadora somente para as classes dominantes. A diferença principal entre as promessa de felicidade da arte e a semelhante promessa da indústria cultural reside no fato de que a promessa artística se realiza enquanto critica imanente da realidade vigente, já a promessa dos produtos culturais nunca se cumprirá efetivamente, pois em sua lógica o sucesso é necessariamente para poucos e para a maioria restante sobra-lhes a admiração e o recalcamento. (Filósofo Fabio Goulart – Da página Filosofia Hoje)
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