O que esperar de um livro best-seller que virou um game de sucesso? Não muita coisa, apenas um passatempo, certo? ERRADO, pelo menos no caso de Mertro 2033. A literatura Russa sempre surpreende e Dmitriy Glukhovskiy não faz diferente. Ao contrário do jogo onde o foco foi dado quase que totalmente à luta por sobrevivência entre humanos e mutantes num cenário pós-apocalíptico (tema extremamente clichê), no livro o autor explora a dimensão humana e desdobramentos políticos e psicológicos de uma sociedade que está confinada a viver nos tuneis do metro após terem destruído toda superfície em uma guerra nuclear. Artyon, o personagem principal, vive uma vida “normal” dentro da nova realidade humana, em uma estação periférica não faz noção dos desdobramentos políticos existentes nas estações centrais. Já adulto sai em uma missão que lhe obriga cruzar o metro e no trajeto vê as diferenças e semelhanças entre os habitantes de cada estação. O metro reproduz exatamente o que existia antes da guerra que destruiu a superfície, luta de classes, luta de ideologias, luta por dinheiro, luta por religião, dominação, etc. O interessante é que o livro deixa claro o quanto tudo isso é superficial e não passa de vaidade aos olhos de um viajante “ingenuo” que não entende as convicções morais de cada facção. Os três principais grupos que dominam o metro são Comunistas, Nazistas e Capitalistas... Ao olhos de Artyon iguais em suas podridões... No fim do livro Artyon se destaca por ter uma certa sensibilidade que lhe permite compreender um pouco mais sobre as novas formas de vida da superfície... Vale a pena a leitura!
Texto e foto de: Fabio Goulart
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